07/06/2013

Memória

Maio de 1979: a última greve dos jornalistas

foto de Jesus Carlos / blog VivaBabel
Das coisas que você nunca mais verá: decretação da greve dos jornalistas - um completo fracasso - em assembleia no Tuca, 22 de maio de 1979. (Quando digo "nunca mais verá" refiro-me à greve. Quanto a fracassos no que diz respeito à "mobilização da categoria", pode ficar sossegado.)
 
"A greve dos jornalistas ocorreu em maio de 1979. Os jornalistas de São Paulo reivindicavam 25% de aumento salarial e imunidade para os representantes sindicais nas redações. Duas assembléias foram realizadas. A primeira, na Igreja da Consolação, no dia 17 de maio, com presença de 1.500 jornalistas. A proposta de greve, apesar de aprovada, não atingiu o quorum qualificado de dois terços dos votantes, conforme deliberado pelo Comando Geral de Mobilização. A segunda, no início da noite do dia 22 daquele mês, no teatro da PUC de São Paulo, o Tuca, contou com a presença de 1.692 jornalistas. A proposta de greve geral foi aprovada por 90% dos profissionais presentes. Não houve propostas alternativas. Somente um voto contra.
 
Os sindicatos patronais (de jornais e revistas, rádio e televisão) não modificaram a proposta inicial de 16% de antecipação, a ser descontada na data base da categoria, em dezembro do mesmo ano. Diante do impasse, no dia 28 do mesmo mês o Tribunal Regional do Trabalho, por unanimidade, julgou a greve ilegal. O resultado abriu espaço para a retaliação das empresas, que iniciaram um processo de demissão de mais de 200 grevistas.
 
Perseu Abramo, rememorando a greve dez anos depois, afirmou que o movimento teve duas motivações básicas: a primeira, a luta por melhores condições de trabalho; a segunda, o clima geral do país. 'Naquela época todo mundo entrava em greve'."
 
texto de Marco Antonio Roxo da Silva / blog VivaBabel