28/06/2013

Valor Econômico

Para passe livre, mais imposto sobre imóveis de alto luxo e sedes de bancos

Engenheiro Lúcio Gregori, secretário de Transportes de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina, participou de aula aberta sobre gratuidade no transporte público

Vandson Lima
 
Cerca de 600 pessoas compareceram ontem à aula aberta sobre gratuidade no transporte público organizada pelo Movimento Passe Livre. O evento aconteceu em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, na região central da capital paulista.
 
O engenheiro Lúcio Gregori, secretário de Transportes da cidade durante a gestão de Luiza Erundina, hoje deputada pelo PSB, falou ao público sobre "uma jovem de 23 anos", referindo-se ao seu projeto de tarifa zero, apresentado em 1990 e que naufragou quando enviado à Câmara Municipal.
 
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Gregori defendeu o aumento no valor dos impostos cobrados de imóveis de alto luxo e sedes de bancos. "No Brasil, quem ganha pouco gasta 50% do salário com carga tributária. E quem ganha muito perde um percentual irrisório", avaliou.
 
O ex-secretário foi muito aplaudido ao defender a tarifa zero do transporte que circula na região central da cidade, o que estimularia a diminuição no número de carros que passam pela região. "Manchester, na Inglaterra, fez isso e deu muito certo", observou. "Eu tenho carro, com ar condicionado e direção hidráulica, mas não é para andar na cidade", completou.
 
Ele lembrou uma pesquisa popular realizada em julho de 1990, quando a gestão municipal enviou à Câmara proposta orçamentária para implementar a gratuidade no transporte. "Das pessoas que sabiam do meu projeto, de aumentar imposto para quem tem mais dinheiro e assim bancar o custo operacional do transporte gratuito, 76% eram a favor". A medida foi derrubada pela Câmara na época, segundo o secretário, porque Erundina não tinha maioria absoluta na Casa. "Eles não queriam dar essa vitória para a prefeita.
 
Gregori se mostrou pouco animado com a CPI instalada na Câmara para avaliar os contratos de concessão dos serviços de transporte público da cidade. "Vai virar instrumento de disputa política", avaliou. Ele se mostrou mais esperançoso com o cancelamento da licitação para contratação de empresas de ônibus de São Paulo, anunciado ontem pelo prefeito Fernando Haddad (PT). Gregori aconselhou os manifestantes a acompanhar de perto a discussão da nova licitação.