Deve-se ponderar o alcance da diversificação de produtos e mercados para as exportações brasileiras. É verdade que as vendas para países do Oriente Médio, África e Ásia vêm crescendo muito em termos relativos. No mês passado, o caso mais extremo foi o de Mali, para onde os embarques cresceram 2 467% ante abril de 2003. Mas o parâmetro decisivo é a participação no total do comércio exterior brasileiro, neste caso, e em muitos outros, insignificante. Voltando ao exemplo de Mali, o imenso salto relativo em vendas levou as exportações brasileiras para a casa dos 4,6 milhões de dólares em abril, meros 0,05% dos 9,202 bilhões de dólares faturados no mês.
Nos quatro primeiros meses do ano, os três principais compradores de produtos brasileiros continuam sendo mercados clássicos: Estados Unidos (7,01 bilhões de dólares), Argentina (2,79 bilhões) e China (1,63 bilhão). O que de fato vem ocorrendo é um movimento gradativo de equilíbio dos grandes blocos e países como demandantes das vendas brasileiras (veja tabela abaixo). A fatia da União Européia caiu 11%, para menos de 24% das vendas. A participação chinesa, isolada do resto da Ásia, recuou mais ainda, 20%, para 4,8% do total. Ao mesmo tempo, a contribuição da América Latina para o faturamento externo brasileiro cresceu 9%, para quase 22%. Além disso, 90% das vendas para a região foram de produtos manufaturados.
Exportações por blocos (%) de janeiro a abril | |||
2004
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2005
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evolução
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Europa Oriental
|
2,4
|
2,7
|
13%
|
África
|
4,4
|
4,9
|
11%
|
América Latina*
|
20,0
|
21,8
|
9%
|
Estados Unidos
|
20,5
|
21,1
|
3%
|
Demais
|
7,6
|
7,7
|
1%
|
Oriente Médio
|
3,5
|
3,5
|
0%
|
Ásia
|
15,0
|
14,5
|
-3%
|
União Européia
|
26,7
|
23,8
|
-11%
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* 12 países, entre eles Chile, Colômbia, Venezuela, Argentina e México
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Fonte: MDIC |