25/03/2013

Europa

Cientistas franceses protestam contra nova lei de pesquisa e educação

Questão do financiamento das instituições autônomas continua em aberto

Ministra de Ensino Superior e Pesquisa da França, Geneviève Fioraso, reconhece que a crise financeira “não permite que o governo responda de imediato” à preocupação das universidades com financiamento, uma questão que ficou em aberto depois que as instituições foram declaradas autônomas, em 2007

Sindicatos ligados à educação superior e o grupo de ativistas Vamos Salvar a Pesquisa convocaram uma greve, no fim de março, em protesto contra uma lei apresentada pelo gabinete de governo francês para reformar o sistema de educação superior e pesquisa científica do país, informa o website da revista britânica Nature.

Projeto abole a agência de avaliação da educação superior AERES, criticada por seus procedimentos exaustivos e burocráticos O projeto, concebido para sanar deficiências da lei de autonomia universitária de 2007 e aumentar a transparência e o acesso ao sistema, está sendo descrito por seus críticos como uma tentativa “deliberada” de levar o sistema universitário francês à falência. Quando as universidades foram declaradas autônomas, durante o governo de Nicolas Sarkozy, elas receberam também a obrigação de arcar com os custos de suas folhas de pagamento, sem uma contrapartida financeira do governo.

Leia também: A avaliação da educação superior: modalidades e tendências no cenário internacional

AERES será substituída por um Alto Conselho que deverá se limitar a supervisionar os processos de autoavaliação das instituições, realizando avaliação externa apenas excepcionalmente Artigo publicado, sem assinatura, na revista L’Express, mas atribuído a um grupo de reitores, diz que a nova lei cria uma “corrida para o fundo do poço”. As principais prioridades da peça legislativa, que deve ser apresentada ao Parlamento em maio, são aumentar a taxa de aprovação dos estudantes, simplificar o sistema de ensino e ciência, que abarca institutos de pesquisa, agências e universidades e estimular a cooperação, em vez da competição, entre as instituições.

Mas a ministra de Ensino Superior e Pesquisa, Geneviève Fioraso, reconheceu que a crise financeira “não permite que o governo responda de imediato” à preocupação das universidades com financiamento, uma questão que ficou em aberto depois que as instituições foram declaradas autônomas, em 2007.

Sistema universitário será redesenhado, trocando os 26 grupos hoje existentes, formados por universidades, agências e grandes écoles por 30 comunidades regionais, que teriam um papel mais amplo, incluindo de estimular a transferência de tecnologia e a inovação O projeto abole a agência de avaliação da educação superior AERES, criticada por seus procedimentos exaustivos e burocráticos, substituindo-a por um Alto Conselho que deverá se limitar a supervisionar os processos de autoavaliação das instituições, realizando avaliação externa apenas excepcionalmente; e redesenha o sistema universitário, substituindo os 26 grupos hoje existentes, formados por universidades, agências e grandes écoles por 30 comunidades regionais, que teriam um papel mais amplo, incluindo de estimular a transferência de tecnologia e a inovação.