07/12/2012

Avaliação

Qualidade do ensino superior melhora, mas 27% das instituições ainda são inadequadas

MEC completou o primeiro ciclo de três anos do esquema atual de avaliação da educação terciária

O Ministério da Educação (MEC) apresentou na quinta-feira, 6, os resultados do primeiro ciclo do esquema atual de avaliação da educação superior brasileira, que se completa a cada três anos, bem como os dados específicos da avaliação conduzida em 2011. Os números mostram que, embora a qualidade dos cursos tenha melhorado, a proporção de instituições consideradas inadequadas manteve-se inalterada: tanto em 2008 quanto em 2011, 27% não atingiram nível satisfatório.

A avaliação do MEC gera dois indicadores, o Índice Geral de Cursos (IGC) e o Conceito Preliminar de Curso (CPC). Ambos são representados por uma nota, que vai de 1 a 5. O CPC avalia a qualidade dos cursos oferecidos; o IGC, as instituições de ensino superior que oferecem os cursos.

De acordo com os números apresentados pelo ministro Aloizio Mercadante, neste ciclo, quando foram avaliados 18.346 cursos de 2.136 instituições, houve avanço na qualidade, com queda no número de cursos considerados inadequados – de conceito 1 e 2 – e aumento significativo do número de cursos de nível 3.

Os dados divulgados mostram que, em 2008, havia 1.407 cursos nos níveis 1 e 2, total que caiu para 976 em 2011, uma redução de 30%, com 13% dos cursos ainda inadequados em 2011, ante 19% em 2008. Já no nível 3, o total passou de 2.412 (33%) para 3.166 (41,8%).

Já no IGC, que avalia a qualidade das instituições, a partir de uma média ponderada do CPC da graduação no triênio de referência e das notas da Capes para os programas de pós-graduação stricto sensu, no entanto, o avanço foi menos significativo: o indicador mostra que o total de instituições inadequadas era, em 2008, de 588; em 2011, o número permanece virtualmente inalterado, em 577. Proporcionalmente, a variação foi de 27%, em 2008, para 26,6%, em 2011. No nível 3, o número passou de 945 (44,4%) para 1.081 (50,6%).

O CPC mostra um avanço maior na qualidade dos cursos oferecidos por instituições privadas. O total de cursos particulares com conceito 5, por exemplo, passou de 0,2%, em 2008, para 1,7% em 2011, indo de 11 para 82. O setor público ainda domina essa faixa, que representa dos cursos de alta qualidade, mas sem avanço significativo neste ciclo de avaliação de três anos: são 121 cursos (4,2%) de nota 5 em 2011, ante 110 cursos (4,4%) em 2008. 

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