11/04/2006

Observatório da oposição golpista I

Estamos aprendendo a relativizar os dramalhões de oposição, seja ela qual for. Também temos sido testemunhas privilegiadas de que há, sim, luta de classes: o ódio de Jorge Bornhausen contra Lula é movido pela origem social de Lula, acima de qualquer outra coisa. E como gente como esse Bornhausen esperava o colapso do governo petista no 1.º ano de mandato, e isso não aconteceu, e o governo se saiu muito bem, dadas as condições de temperatura e pressão, o ódio de Bornhausen e sua gente só fez aumentar.

José Dirceu não é um bandido, quadrilheiro, como pintam. É um operador político de primeira categoria, como foi Sérgio Motta. O que faz o PFL, repositório de políticos que apoiaram gostosamente a ditadura militar, e os tucanos, gente em geral campeã em arrogância que fez a festa com as privatizações, é apelar para o que há de mais patético e hipócrita na moral burguesa.

Talvez por falta de estômago para o jogo pesado da política, gente do melhor quilate e talvez extrema sensibilidade deixou o governo –- destaque para Ricardo Kotscho e Frei Beto. Tiveram talvez a sorte ou a habilidade de saltar do barco antes da tempestade. Talvez um dia publiquem o que sabiam.

Uma coisa é certa: entre pefelistas e tucanos, não há gente disposta a contar o que presenciou. É que eles são profissionais do crime de se fazer política na democracia que se desenhou no Brasil - movida a muito dinheiro e pouca fidelidade a programa (o maior pecado do PT? na próxima vamos lidar com esse tema).